Entrevista para jornalista Flavia Prazeres....Curitiba Dia e Noite..


ENTREVISTA

Conte para gente quando teve início sua carreira como atriz? E a sua parceria com o diretor Diego Gianni?

Minha carreira começou quando eu tinha 13 anos em São Paulo...fiz comerciais e alguns desfiles por lá...mas pra valer mesmo foi em Curitiba em 2003 quando decidi viver de arte..trabalhava em uma empresa mas começou a ficar dificil aceitar os convites para trabalhos...foi uma decisão meia complicada..largar a estabilidade e começar a viver só como atriz..mas hoje sei que foi a escolha correta...quanto ao Diego Gianni é um jovem com muito talento(além de ser meu filho,claro)...tem apenas 25 anos e mais de 50 montagens..até livro ele já lançou....fazer uma parceria com ele é um grande previlegio..Já havia atuado em vários trabalhos escritos por ele e quando decidi montar minha CIA fiz o convite para que fosse meu escritor fixo e ele topou....e tem sido bastante bom o resultado de nossa parceria.

Para você qual é o papel do teatro na atual sociedade? E como você se sente atuando neste espetáculo?

O teatro assim como qualquer tipo de profissão que desempenha formadores de opinião é serisssimo e deve ser levado com muito comprometimento.O publico tende a imitar o ator..a arte imita a vida...portanto eu vejo isso como uma missão....amo o que faço e cuido muito do que transmito.

Este espetáculo tem sido gratificante porque mostra uma realidade do ser humano que é reclamar de tudo....ninguém nunca esta feliz com nada não é mesmo? Temos tido uma receptividade imensa....o publico ri muito e se emociona no final...eu me sinto bem fazendo a Poliana que ve a vida cor de rosa...nunca está triste porque engana a si propria...exatamente o oposto de mim..sou muito cruel comigo mesma....

Quais trabalhos a sua Companhia de Teatro Tok de Arte teve participação efetiva? Quais foram os primeiros obstáculos enfrentados por você para colocar em funcionamento a companhia teatral?

Fizemos no ano passado a esquete “Um,dois,tres e jaz” que ficou em primeiro lugar no Festival de esquetes do Paraná...depois montamos “A vida após o casamento” que foi um recorde de publico..mais de 2500 pessoas nos viram em Curitiba...Agora estamos com “Parem o mundo que eu quero descer” e já fechamos com empresas como a Pepsico e tambem viajaremos em fevereiro com nossas montagens.

Como você vê o cenário teatral em Curitiba? Quais seriam seus conselhos para pessoas que queiram seguir a carreira?

Curitiba é maravilhosa quando reconhece nosso trabalho...vi e participei de cias que a gente ralava bastante e o publico as vezes eram de 5,6 pessoas......Quando montei a Tok de Arte me surpreendi..temos tido muito publico e um pessoal tão bacana que tem nos apoiado,divulgado...as radios,algumas emissoras,jornais,sites..enfim..muita gente se uniu e nos deu e tem dado apoio...isso é maravilhoso.

Quanto a dar conselhos para quem quer começar penso que se voce quizer fazer um trabalho bom seja bom...com isso quero dizer: se comprometa,estude,seja humilde, aprenda e aprenda ainda mais...dedique-se...nosso meio é muito frágil...hoje vc está no topo...amanhã pode estar embaixo...não pise em ninguém,seja coerente com seus ideais...una-se a pessoas que tenham o mesmo objetivo que voce...não perca seu tempo com fofocas,egocentrismos...seja reto nas suas atitudes...

Qual é para você o melhor resultado alcançado depois da apresentação da peça?

O melhor resultado para mim é o elo que eu formo com meu publico...viram amigos...cada vez que encerro uma apresentação faço questão de ir lá na porta falar com todos...abraço,beijo,tiro foto,dou autografo e crio vinculos.Os aplausos para mim após o encerramento é só uma consequencia de uma transparencia...sou o que sou...e meu publico sabe disso.

Você deve participar de uma novela na Record, como você vê este novo desafio? Para você qual é a principal diferença entre atuar nos palcos e na televisão?

Atuar em frente as cameras é para mim uma sensação maravilhosa...me sinto totalmente à vontade quando tenho que gravar...

A diferença entre atuar nos palcos e na TV é que no teatro voce tem que ter muito jogo de cintura...não tem “Corta”...voce tem que estar super atento as suas falas e dos colegas de elenco...tem que ter improvisação sempre em mente...as vezes vc pode não estar totalmente centrado e esquecer algo...e tem que ter quem esteja esperto sempre...Já na TV vc pode consertar..uma vez ouvi que todo ator de teatro pode fazer TV..mas nem todo ator de TV pode fazer teatro...

O que você acredita que o teatro necessita para continuar existindo no nosso País? Quais são as principais dificuldades encontradas para as pessoas que fazem teatro no Brasil?

Penso que a maior dificuldade seja o dinheiro mas não apenas isso...falta muita qualidade de roteiros e de atores...hoje em dia todo mundo quer ser ator...acham fácil e cheio de brilho..o que é irreal..pode até ser assim para os grandes astros mas para a maioria é luta diaria de sobrevivencia...Viver de arte no Brasil é uma arte.

Eu,nem sei como ,consegui patrocinio de mais de 20 empresas em A vida após o casamento e em Parem o mundo igualmente....isso me deixou muito feliz pois sei das dificuldades de conseguir apoiadores em pequenas CIAs como a minha.E é muito bom quando voce ve as mesmas pessoas retornando varias vezes para nos ver...tem gente que já assistiu Parem o mundo 8 vezes...já ate´decoraram o meu monologo...kkk.

Qual foi para você um papel inesquecível? Alguma vez você teve dificuldade em deixar o personagem no palco?

Todos os personagens que faço para mim são inesqueciveis...mas tem aqueles que parecem que entram dentro de voce e não largam....uma vez fiz um texto “Onze horas e a cigarra não cantou”..eu era uma louca presa em um cubo...era movida pela paixão...chorei muito no processo da peça...tive que buscar sentimentos esquecidos e traze-los à tona...mas foi muito bom..lavei a alma.

Como você faz para montar o personagem? Há algum rito especial antes de entrar em cena?

Eu quando começo a estudar um personagem entro com tudo...leio sobre, penso como,ando como...gosto de imaginar como eu reagiria diante de situações que dificilmente viverei...como quando fiz uma assassina...sou radicalmente contra a violência e fazer algo tão contra a minha natureza me obrigou a estudar a psique de um matador....o que me levaria a este ato extremo? Por que? Quais seriam as consequencias?a arte nos permite tudo...posso ser quem eu quizer.

Antes de entrar em cena sempre rezo...sempre...peço que me iluminem e me façam transmitir o que vim fazer ali..o palco é sagrado...o publico merece meu respeito e por isso fico quieta,medito...quando ponho os pés no palco nem me lembro de quem eu sou...não há mais espaço para mim ou meus problemas pessoais.

Quais são suas influências no teatro? E quem você considera grandes nomes do meio artístico? E apenas no Paraná quais nomes não podem ser esquecidos?

Eu tenho algumas referencias como Gloria Pires,Malu Mader na TV...no teatro, claro,Fernanda Montenegro e Paulo Autran que disse o seguinte:

“O grande ator não tem ego...o grande ator tem talento...”

No Paraná tem muita gente boa tambem...tenho muitos amigos com talento e que ainda não despontaram..Não cito ninguém porque teria muitos amigos já que tenho varios grandes atores no meu circulo pessoal..

Como é para você fazer comédia? Para você qual gênero dificulta mais na construção do personagem?

Fazer comedia é muito dificil...acho que é o genero que voce tem que estar muito concentrado..primeiro porque o ator não pode rir...o publico é que tem que se divertir..mas as vezes é impossivel controlar...e sou uma vilã nata....adoro fazer papel de má...acho que bate de frente com meu lado pessoal e isso me desafia..e eu adoro desafios..fazer papeis que me exigam...gosto de fazer todos os generos mas sempre tem aquele que te pega mais...

Para você qual palavra poderia ser usada para te definir?

Determinação

Quais são os seus projetos para o futuro?

Tenho varios e espero conseguir realizar alguns...estou já pensando na nossa nova montagem..ontem mesmo tivemos uma reunião com Diego Gianni para ver o texto...

Tambem farei uma peça chamada “Um ateu zoneando o paraiso” no Rio de Janeiro..além da novela Entre pousos e decolagens da Record.Ambas de Carlos Corde.

Tambem fui convidada para gravar um filme chamado O conflito (rodará em janeiro de 2008)...inscrevi duas peças no festival de teatro de Curitiba.Tenho varias viagens agendadas tambem para o Nordeste,Maringá,São Paulo e por ai vamos.Como diz o poeta Milton Nascimento: o artista tem que ir aonde o povo está..

e sem o publico não somos nada..o artista sem aplauso não é ninguém.

Obrigada a todos voces!

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