Tive que "roubar"este texto e por aqui no blog...


Galera, eu TIVE que por este texto do Diego Gianni aqui no blog...quase tive um treco de tanto rir....porque adivinha quem era uma das "maluquetes" da conversa?eu ,ne?

Quem trabalha com teatro sabe que mais cedo ou mais tarde fica maluco.

Isso é um fato “venéreo”, ou como dizem estupidamente, um “fato real”.

Quem é do meio teatral sabe que fala frases que nenhuma outra pessoa do mundo fala, porque as pessoas em geral são comuns, tem empregos normais e discutem sobre política, esportes, no máximo vez ou outra entram num papo mais engajado sobre filosofia e afins.

No teatro não.

Outro dia, por exemplo. Faltava um dia para a estréia da peça e eu estava conversando com o elenco:

- Pessoal, tudo certo pra amanhã?

- Sim. – um dos atores responde.

- Não esquece de levar a panela e as orelhas de coelho.

- Já está na mala.

- Alguém tem uma galinha de borracha?

- Galinha de borracha?

- É, dessas que se compram em pet shop.

- Talvez minha prima tenha.

- Seria legal pra cena da cozinha. Não podemos esquecer a peruca branca pra velha.

- E eu entro como em cena?

- Entra dançando.

- Mas combina uma velha que apresenta um programa de culinária entrar dançando?

- É teatro, pô!

- E a peça termina como?

- Com vocês três brindando.

- Não era só nós duas?

- O boneco também.

- O boneco vai brindar?

- Sim. Não. Não sei. Será que fica melhor ele cantando?

- Como o boneco vai brindar com a taça na boca?

- Daí ele não usa a taça.

- Mas tem três taças...

- É só não usar, pombas!

- Na cena do futebol eu sinto falta de uma roupa de coelho.

- Você tem orelhas de coelho!

- Sim, mas uso um terno social.

- Combina com um comentarista esportivo.

- Não se pode dizer o mesmo das orelhas de coelho.

- Aí é que está a graça!

- Eu não estou achando graça nenhuma.

Esse foi um exemplo de uma conversa de doidos, que ninguém mais no mundo teria numa circunstância normal.

Mais uma situação...

Hoje estréia uma nova peça minha, sobre Van Gogh, uma montagem que já foi feita anos atrás. Uma das atrizes da atual montagem perguntou se eu tinha as orelhas do Van Gogh.

Fui perguntar das orelhas para a atriz que fez o Van Goh na montagem passada. Nosso papo foi mais ou menos assim:

- Você ainda tem aquelas orelhas?

- Que orelhas?

- As orelhas do Van Gogh.

- Está comigo sim.

- Pode emprestar suas orelhas para minha amiga?

- Por que sua amiga quer minhas orelhas?

- Porque agora ela vai ser o Van Gogh.

- Ah...

- Você pode?

- Depende.

- “Depende”?

- Lembra aquele livro que você ficou de me emprestar?

- Sim.

- Troco o livro pelas orelhas.

- Isso é chantagem.

- É uma troca justa.

- Tudo bem. Nos encontramos amanhã no final da tarde. Eu levo o livro, você leva as orelhas.

Neste mundo caótico, algumas mulheres dão o corpo em troca de dinheiro.

Minha amiga deu as orelhas em troca de um livro...

E isso você só vê no teatro.






Diego Gianni

diegogianni@hotmail.com

(041) 9178 4104

PS...Já estou escrevendo no site do Rio grande do Norte..este é o link:
http://www.plugmania.com.br/teatro/?page_id=3

E segunda feira as 17hs me assista,ao vivo, no programa Sem Noção no canal 72 da TVA ou 5 da Net...

Bj,galera..ótimo final de semana!

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