Uma das séries de maior sucesso da Netflix, Stranger Things chega em sua quinta e última temporada. Lançada em 2016, a trama causou nostalgia com referências da cultura pop e foi um prato cheio para os amantes da ficção científica, principalmente com a criação do Mundo Invertido: uma realidade paralela, sombria e caótica da cidade de Hawkins, que foi acidentalmente aberta por Eleven, interpretada por Millie Bobby Brown.
E você sabia que a tese que inspirou os roteiristas também foi descoberta ao acaso?
Estamos falando da Teoria do Caos, uma ciência descoberta pelo meteorologista norte-americano Edward Lorenz em 1961, enquanto trabalhava em um modelo matemático que pudesse fazer a previsão do tempo. Durante os cálculos Lorenz percebeu que arredondar algumas poucas casas decimais, aparentemente insignificantes, ao longo do tempo, poderiam ocasionar alterações monumentais no cálculo final.
Ou seja, uma atitude isolada poderia desencadear uma sucessão de situações caóticas. É o que acontece em Stranger Things quando Eleven abre as portas desse outro mundo, impactando tudo que acontece na versão real de Hawkins.
Pesquisador do tema há mais de 20 anos e autor do livro Caos, A Teoria (Buzz Editora, o escritor Alby Azevedo explica que a cultura pop vem bebendo da Teoria do Casos há bastante tempo, mas que isso está longe de ser um assunto de ficção. “O caos está presente na nossa vida e como a arte tende a imitar ou pensar possibilidades da realidade, tantos sucessos aconteceram tendo como inspiração essa teoria. Matrix, uma das grandes franquias do cinema, por exemplo, bebe dessa fonte”, diz o escritor.
No livro, o autor explica em linguagem simples como o caos da vida é resultado de atitudes que tomamos sem perceber, e de que maneira compreender a Teoria do Caos ajuda a “prever” o futuro. “No campo científico, a teoria mostra que pequenos eventos, como o bater das asas de uma borboleta podem gerar consequências gigantescas em sistemas complexos. Mas, no campo humano, ela revela que nada é totalmente aleatório, existe um padrão invisível guiando cada coincidência, cada encontro e cada aparente erro. O caos não é desordem. É apenas uma forma mais profunda de ordem, que a maioria ainda não aprendeu a enxergar. Caos parece desordem, até que você entenda as regras do jogo”, pontua Azevedo.
E é justamente respostas sobre o Mundo Invertido e o vilão que lidera esse submundo, que os fãs da série esperam da última temporada de Stranger Things.
