Eu converso com o Superrrr Wagner Dias...


Wagner Dias, primeiramente é uma grande honra falar com voce.Sou sua fã.
O prazer é meu! Já vi que essa entrevista vai ser rasgação de seda, né? Tabém sou seu fã! (Risadas)

Voce começou no teatro com a peça "de um Rio ao outro"...como foi parar no teatro?
Bem, bem...eu na verdade comecei a fazer teatro ainda no colégio e, como a grande maioria dos atores do Brasil, eu escrevia, produzia, atuava e dirigia. Tudo, obviamente, com recursos parcos, recebendo apenas o apoio da família e amigos, sem nenhuma estrutura profissional. Fazíamos com muito amor, mas faltava qualidade. Então, entrei em contato com profissionais de teatro da cidade em que eu morava, em busca de orientações. Precisava saber que rumos dar ao trabalho, onde e o que estudar. Foi então que conheci professores da UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei) e lá comecei a estudar e a ministrar oficinas de treinamento técnico de atores para alunos da própria universidade e, também, alunos da comunidade. Eu era ator/pesquisador e foi através da pesquisa em Artes Cênicas (dez anos), que me profissionalizei e comecei a fazer trabalhos de peso. “De um Rio a outro” foi uma peça muito gostosa de fazer. Texto de Ana Maria Parson, grande escritora e estudiosa da História e do séc. XVIII.

Voce participou de vários programas de tv como a mini série "Memorial de Maria Moura" (Rede Globo, que aliás ameiiiii), da novela "Essas mulheres"(Rede Record) entre outros trabalhos...como foi sua ida para a TV? como surgiu?
Eu sou muito místico e acredito que o que é nosso as mãos Divinas providenciam. Todos os trabalhos em TV, as pequenas e as mais relevantes participações, aconteceram por acaso. Talvez seja interessante a forma como fui parar na novela Essas Mulheres. A novela teria cenas gravadas em Tiradentes, interior de Minas, cidade vizinha a minha querida São João del Rei. A Record anunciou, nos meios de comunicação local, que abriria inscrições para figuração. Minha irmã me contou e eu não quis me inscrever. Eu já havia feito algumas figurações e, naquele momento, não queria mais. Tinha outros trabalhos em andamento e disse a minha irmã: “Hum...acho que dessa vez não quero não”! (Risadas) E não fui me inscrever. Só que a Juliana, minha irmã, levou uma foto minha e mostrou aos produtores. Uma foto comum, nada profissional, em que eu estava com os cabelos cheios de tererês e tomando água de côco em um quiosque de Porto Seguro, é mole? Pois foi essa foto que chamou a atenção da produção que me convidou para fazer o miliciano, substituindo um ator de São Paulo que teve problemas e não pode continuar no trabalho. Um presentão. Trabalhar com o Flávio Colatrello Jr. e com a equipe da Record foi espetacular.

Voce tambem participou da mini serie JK da Rede Globo...como foi trabalhar com o querido Wagner Moura?
Você disse tudo: “querido!” Wagner Moura é um ator fantástico. Um cara divertido e de ótimas energias. Brincávamos no set, porque nós dois éramos "Wagners", tínhamos a mesma idade, e os dois nascidos praticamente no mesmo dia: ele em 27 de junho e eu 28. (Risadas) Então ele brincava dizendo que eu era o seu irmão gêmeo. Mas O Moura é um talento inquestionável. Faz com simplicidade e prazer todas as cenas. É um ator muito humilde e sabe como lidar com o público. Extremamente carismático, merece todo o sucesso que está fazendo. Foi uma experiência marcante e espero poder reencontrá-lo em alguma produção futura.

Teve algum fato divertido que você possa contar pra gente?
Nossa! Vivi coisas muito engraçadas. Sou muito alto e desastrado. (Risadas) Já caí várias vezes em cena. E é muito engraçado ver uma figura de quase dois metros de altura caindo. (Risadas). Mas vou contar um dos últimos “micos”! Em 2006 fiz um teste para uma campanha de uma operadora de telefonia celular. Seria um carteiro falando das vantagens de se utilizar os serviços dessa operadora. Recebi o roteiro e estudei para o teste. Contudo, na hora de gravarmos, o diretor me apareceu com um cachorro. Disse que ficaria engraçado se o carteiro tivesse medo do cachorro durante um trecho das falas. E eu fui obrigado a contracenar com um pastor alemão, dócil, mas pesado, que me desconcentrou e fez com que meu teste ficasse horrível. Claro que não passei, né? (Risadas) E fiquei intrigado com o fato de ter feito um teste ruim por não conseguir interagir bem com meu amiguinho do reino animal. Mas tudo vale como experiência.

Quais os seus trabalhos no cinema?
No cinema eu fiz apenas duas pequenas participações. Uma pena, porque acho fascinante o universo cinematográfico. É muito mágico ver o processo acontecendo. Uma das minhas participações foi no filme “ Amor & Cia”, de Helvécio Ratton, no qual pude conviver com Marco Nanini e Patrícia Pillar, e a outra participação em O Viajante, de Paulo César Saraceni, em cujo elenco estavam Marília Pêra, Milton Nascimento, Jayro Mattos dentre tantos outros nomes fenomenais.

Voce atualmente está em cartaz com algum espetáculo?
Eu encerrei em dezembro a temporada da comédia “Quer TC?”, (texto e direção de Caesar Moura), aqui no Rio, na Casa da Gávea. É provável que a peça volte a entrar em cartaz ainda no primeiro semestre de 2008.

Voce é natural de MG e formado por lá...como foi sua ida para o RJ? e a adaptação? encontrou dificuldades para entrar no mercado de trabalho?
Sim, sou natural de Juiz de Fora, mas passei grande parte da minha vida em São João del Rei.
Minha vinda para o Rio foi tão rápida que não tive muito tempo de sentir o peso da adaptação. Em um mês arrumei a mudança e vim aperfeiçoar meus estudos na área teatral. Cheguei ao Rio com a mala na mão e a coragem no peito. Ah! E um guia de ruas, para conseguir me locomover. A saudade é o que mais me atrapalha ainda hoje. Sinto falta dos amigos e da calmaria de Minas. Mas amo o Rio e acredito que tudo o que se planta por essas terras cariocas é possível dar frutos. A inserção no mercado de trabalho é lenta, assim como tudo na carreira artística. Você distribui material em agências e começa a fazer um trabalho pequeno aqui, conhece alguém ali, que te indica para outro trabalho acolá, e faz testes, testes, testes e testes. De cada dez, é aprovado em um. E, às vezes, não se é aprovado em nenhum. (Risadas) Mas o desafio me instiga e quando você estuda e se mostra sério no que faz, as portas se abrem. Creio muito nisso. Hoje estou mais maduro e preparado para prosseguir nessa carreira em que o controle do ego é fundamental. Acredito e digo àqueles que querem se inserir no mundo da arte que ser ator é muito mais que o brilho da cena. Seria bom que todos pudessem, um dia, limpar um palco, subir em uma escada para aprender a humildade, que eu acho fundamental na arte. É preciso que as pessoas entendam que é preciso ser bom no que faz seja no teatro de rua, nos palcos, nos comerciais, novelas... não importa onde se trabalha. Importa ser bom ator, o que, para mim, é muito mais que ser celebridade!

Wagner nosso trabalho juntos se aproxima...espero que voce curta ser meu parceiro de cenas e tenha certeza que é uma honra dividir este espaço com voce tambem.
Bom, espero que realmente possamos trabalhar juntos. Quando nossas agendas encontrarem um ponto em comum. rss! Você sabe que é complicado, né? (Risadas) Mas será um grande prazer dividir a cena com você, Clau! E o prazer é todo meu por poder estar contando um pouquinho de mim para os leitores da sua coluna, que eu adoro!!! Super beijo!


Claudia Cozzella

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